Sala de Religiões Folclóricas


As Religiões  nas Manifestações Folclóricas - Candomblé

O Candomblé teve influência em várias manifestações folclóricas, sendo as principais: Capoeira, Samba de roda, Jongo, entre outros.
A capoeira mantém-se viva através da expressão popular de nossas tradições e crenças. As marcas da miscigenação entre as culturas européia, africana e indígena e da colonização portuguesa são constituintes dessa cultura singular e plural, que encanta os visitantes e orgulha os baianos.
O Samba de Roda iniciam-se quando as mulheres da roda começam a Sambar e mostrar, de forma sutil, toda sua Sensualidade, o que é muito convidativo para que os capoeiristas "caiam" no samba. Geralmente acontece após o encerramento das rodas de capoeira e é, com certeza, o momento mais descontraído. Em alguns terreiros de candomblé, o samba de roda pode ser apreciado na sua forma tradicional. Sabe-se hoje, que o samba nasceu na Bahia, na região do Recôncavo Baiano, sendo, portanto, uma das mais genuínas manifestações da cultura baiana.
O jongo ou caxambu é um ritmo que teve suas origens na região africana do Congo-Angola. Chegou ao Brasil-Colônia com os negros de origem bantu trazidos como escravos para o trabalho forçado nas fazendas de café do Vale do Rio Paraíba, no interior dos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo. Para acalmar a revolta e o sofrimento dos negros com a escravidão e distrair o tédio dos brancos, os donos das isoladas fazendas de café permitiam que seus escravos dançassem o jongo nos dias dos santos católicos. O jongo é uma dança dos ancestrais, dos pretos-velhos, escravos, do povo do cativeiro, e por isso pertence à “linha das almas.

Sincretismo

No séculos XVI e XIX, com o tráfico de escravos, que trazia negros da África para o Brasil. Surgiu no momento em que os africanos se viram obrigados a não praticar os rituais do candomblé, já que era proibida a prática de outra religião que não fosse o catolicismo. Neste período, o candomblé foi visto pela maioria dos brasileiros como bruxaria e reprimido pelas autoridades policiais. Os negros faziam associações entre os santos da Igreja Católica e os seus orixás para camuflar seus costumes religiosos. No ritual dissimulado, os escravos adoravam santos católicos. A estratégia utilizada pelos negros acabava ludibriando os senhores, fazendo-os acreditar que eram os santos católicos a razão da devoção deles. Os cânticos eram efetuados na língua original dos africanos, já que não se entendia o que eles estavam dizendo. Já no Brasil é feito o sincretismo de santos da igreja católica com os Orixás africanos do Candomblé. As seitas africanas vieram para o Brasil com os escravos. Antes disso os africanos não conheciam a religião católica e nem outra religião que não fosse o culto de seus Orixás e de seus ancestrais. Os africanos após serem escravizados e trazidos para uma terra estranha, não tiveram muita opção, para poder cultuar seus Orixás, faziam um altar com imagens da Igreja Católica, e, embaixo do altar colocavam os assentamentos dos Orixás. Como os cânticos eram em dialetos africanos e os portugueses viam apenas imagens de santos, pensavam que eles estavam cultuando os santos católicos, desse modo começou o sincretismo.

A Religião nas Manifestações Folclóricas - Catolicismo

A religião católica influenciou várias manifestações folclóricas. Sendo as principais: Folia de Reis, Congada, Moçambique e Encomendadores de alma.
A Folia de Reis ou Reisado assim também conhecido por seus devotos caracteriza-se por ser uma festividade do “catolicismo popular”, próprio da época natalina que se filia ao vasto ciclo de folguedos derivados das “Janeiras” e “Reis” portugueses. É através da dança que os palhaços de Folia de Reis fazem a representação dos perseguidores de Jesus Cristo.
 A apresentação da dança de Congada e Moçambique, segundo o Dicionário do Folclore Brasileiro, são representadas como a luta entre mouros e cristãos, terminando com a vitória dos cristãos e a conversão dos mouros, que são batizados no final. A diferença entre as duas danças está no vestuário, nos adereços, nos passos de dança e na música. Mas os personagens mais importantes aparecem tanto na Congada quanto no Moçambique: o Rei e a Rainha Congos.
O ritual dos “Encomendadores de Almas" é uma expressão popular secular. Associadas aos ritos mortuários, há registros de sua utilização em meio a preces contra males infecciosos, inundações e até mesmo para amenizar as duras estiagens.